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Foi inaugurado no mês de fevereiro, no Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran (HMB) a unidade de Medicina Fetal, que é uma especialidade da Ginecologia e Obstetrícia, voltada para o feto e a gestante. Trata, portanto, da saúde da criança mesmo antes do nascimento, realizando a detecção e prevenção de complicações durante a gestação e que, eventualmente, podem colocar em risco também a vida da gestante. Estima-se que o setor faça em média 140 atendimentos mensais, entre cirurgias e procedimentos relacionados.
Em muitos casos, as anomalias com potencial de causarem a morte antes ou logo após o nascimento, ou mesmo interferirem no desenvolvimento do bebê e na qualidade de vida, podem ser corrigidas durante a gestação ou logo após o nascimento. O princípio da Medicina Fetal consiste na detecção e prevenção de anomalias fetais, diminuindo a taxa de óbitos neonatais, além de reduzir o tempo de uma eventual permanência do recém-nascido na UTI neonatal.
“Sempre que forem consideradas de alto risco, como no caso de diabéticas, hipertensas e gestações gemelares, por exemplo, as gestações terão acompanhamento com a Medicina Fetal para, no caso de detecção de eventuais malformações ou alterações genéticas e qualquer situação que tenha a indicação de tratamento cirúrgico, seja feito intra útero, antes mesmo do nascimento do bebê. E isso é possível por meio de testes e procedimentos, como o ultrassom, para podermos determinar com antecedência a conduta adequada nas pacientes que têm necessidade, em todas as gestantes portadoras de algum tipo de comorbidade”, diz a médica Maria Claudia de Arruda Campos, que, ao lado do médico Maurício Saito, coordena o programa de Medicina Fetal do HMB.
Gestantes cujas condições de saúde possam alterar o desenvolvimento do bebê terão acompanhamento para que seja indicado o melhor momento do parto, além de procedimentos imediatamente após o nascimento. Também nos casos em que a gestante for saudável, mas o feto apresentar algum tipo de alteração, será possível um monitoramento completo da saúde do bebê para que seja feita a correção quando for necessário.
“Um bebê que tenha a espinha bífida, que é uma má formação que pode ocorrer no início da gravidez, é submetido a uma fetoscopia para a correção dessa abertura na coluna, amenizando os prejuízos causados por esse tipo de patologia. Caso esse problema seja corrigido somente após o parto, as consequências serão mais sérias. Em alguns casos, como quando há alterações cardíacas no feto, por exemplo, não há condições para que seja feita uma cirurgia intra-útero, mas se o problema já foi detectado, existem condições para que uma equipe já esteja preparada para agir no nascimento do bebê”, afirmou.
Durante o pré-natal é possível avaliar condições gerais, como o tempo da gestação, número de fetos, o peso, bem como o bem-estar. Com o advento da Medicina Fetal, existem condições favoráveis para que sejam feitas a prevenção e a detecção de possíveis malformações e demais intercorrências.
“Com a Medicina Fetal é possível diminuir mortalidade neonatal e morbidade, o que leva também à diminuição no tempo de permanência do recém-nascido na UTI neonatal. Este programa existia somente em hospitais de alto custo. Na saúde pública, o serviço de Medicina Fetal somente era oferecido em hospitais-escola de universidades. O Hospital Municipal de Barueri, portanto, é pioneiro neste tipo de especialidade”, concluiu.
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